[Resenha] Macbeth – William Shakespeare

Macbeth é uma tragédia escrita por William Shakespeare entre os anos de 1603 e 1607 provavelmente. É a peça mais concisa do autor e é inspirada em um fato histórico ocorrido na Escócia em 1040. É um dos textos shakespearianos de que mais gostei. Não é a primeira vez que o leio… Como eu gosto muito de teatro e, geralmente, a leitura de uma peça é rápida, releio os textos de Shakespeare todos os anos. O que mais me chama a atenção nesse é pensar o que o ser humano faz pelo poder. Interessante é perceber que o texto foi escrito no século XVII e é muito atual  já que a ambição, a ganância são sentimentos humanos e fazem parte de qualquer época.

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Macbeth (capa livro)

Capa da edição de 2000, da editora L&PM. Faz parte da Coleção L&PM Pocket.

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A peça inicia com raios e trovões e três bruxas decidindo o seu próximo encontro, que será com Macbeth, general vitorioso de uma batalha recém travada. Ele e seu amigo Banquo deparam-se com essas três bruxas na estrada e elas realizam algumas previsões. Segundo elas, Macbeth se tornará Barão de Cawdor e, futuramente, será o novo rei da Escócia, apesar de o atual soberano, rei Duncan, gozar de plena saúde. Além disso, saudaram também Banquo, dizendo que ele será pai de reis.

Ao terminarem essa fala, Macbeth pediu mais explicações, mas as três bruxas desaparecem e chega um servo com a mensagem de que Sir  Cawdor fora enforcado e que todos os seus bens e seu título foram repassados a Macbeth.

A primeira previsão das bruxas ocorrera tão rapidamente que Macbeth mal podia acreditar. Foi aí que o protagonista, surpreso com o acontecimento, escreveu uma carta à sua esposa, Lady Macbeth, narrando o episódio. Lady Macbeth, mulher gananciosa, planeja um “atalho” para que seu esposo torne-se o próximo rei já que Macbeth é primo de Duncan e este passará a noite no castelo de Macbeth em Inverness.

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MACBETH – (…) Enquanto eu ameaço, ele vive. Palavras só fazem soprar um hálito gelado sobre o calor das ações.
[Ouve-se o toque de um sino]
Vou eu, e a coisa estará feita. Convida-me, o sino. Que não o escutes, Duncan, pois esse é um dobrefúnebre, que vem te chamar para o Céu, ou para o Inferno.
(página 37)

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Era a oportunidade que Lady Macbeth aguardava. A personagem é uma mulher de forte personalidade, bastante dominadora, exercendo um grande poder sobre o esposo. Este, acaba sendo convencido por ela a cometer o assassinato do Rei Duncan. Macbeth fica inseguro, de início, mas acaba cedendo à ambição e comete o regicídio.

Malcom e Donalbain, filhos do Rei Duncan, acabam fugindo da Escócia após o ocorrido, com medo de também serem assassinados. Então, o trono vago passa imediatamente a Macbeth, parente mais próximo de Duncan.

Apesar de ter conseguido o poder que tanto desejava, Macbeth jamais conseguiu viver com a consciência tranquila. O receio de perder o trono sempre o acompanhava e também a concretização da profecia das três irmãs de que um filho de Banquo, e não de Macbeth, seria rei. Então, Macbeth e sua esposa novamente planejam um assassinato. Um bando de assassinos a mando de Macbeth matou Banquo, exatamente enquanto ocorria um banquete no castelo, no entanto, Fleance, o filho de Banquo, consegue fugir. Durante o banquete, os assassinos retornam ao castelo e revelam a Macbeth que Banquo estava morto mas que Fleance escapara. O fantasma de Banquo surge no banquete e Macbeth começa a ter crises de agressividade que confundem os convidados. Lady Macbeth encarrega-se de desculpar-se pelo marido e encerrar a festividade.

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TERCEIRA APARIÇÃO – (…) Macbeth jamais será vencido, a menos que o Grande Bosque de Birnam marche contra ele, vencendo as doze milhas até os altos da Colina de Dunsinane.
[Desce e desaparece]
MACBETH – Isso jamais acontecerá. Quem pode recrutar a mata, ordenar às árvores que desprendam suas raízes no solo?
(página 89)

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A partir daí, Macbeth começa uma trajetória de crueldade, remorso e desequilíbrio. Vai a um novo encontro com as bruxas, que fazem novas previsões sobre o reino. O final da história é belíssimo. Cenas como Lady Macbeth num eterno lavar de mãos para tirar as manchas de sangue, os soldados marchando a Dunsinane e a derrota de Macbeth são de uma mortal e trágica beleza.

O texto é bastante intenso e nos faz refletir sobre as reações do homem diante da oportunidade de melhorar de posição social mesmo que para isso seja necessário fazer o mal aos outros.

Vale muito a pena fazer essa leitura!

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Título: Macbeth
Autor: William Shakespeare
Número de páginas: 140
Ano de edição: 2000
Editora: L&PM
Tradução: Beatriz Viégas-Faria

7 thoughts on “[Resenha] Macbeth – William Shakespeare

  1. Olá a todos que fazem o blog 🙂
    nossa adorei a resenha sobre o livro MACBETH também não teria como ser ruim vindo de quem vem o aclamado William Shakespeare 😉 SÓ PODERIA SER DIVINO! preciso ler 🙂
    esse livro daqui uns anos deve virar filme não duvidem não
    parabéns pelo blog pessoal
    incentivo a leitura sempre
    eu estou precisando muito
    um grande beijo
    FB

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